O que pode correr mal num SOTA (II)

Activando o Monte Sameiro (CT/MN-035)
Activando o Monte Sameiro (CT/MN-035)

Não era minha intenção escrever uma sequela para a primeira (relativamente) má experiência durante um SOTA, mas a bem do SOTA, partilho aqui mais uma estória. 🙂

O fim de semana foi muito complicado em termos de disponibilidade. Não podendo levar a cabo os SOTAs previstos, tirei da gaveta uma ideia de recurso: fazer um SOTA na companhia de um dos meus irmãos, em jeito de “rapidinha”.

A ideia era: enquanto trilhavamos o monte, ele ia procurando umas caches e eu, chegado ao cume, tentaria fazer uns contactos. OK, um telefonema, umas trocas de informações e como ele vive na “zona”, ele seria o guia… Encontrados no “meeting point”, lá iniciamos um trilho com (segundo o meu GPS) cerca de 3,8 quilómetros.

Sobe e desce, uma cache aqui, outra ali, o passeio ia a bom rítmo pela sombra dos pinheiros ou dos eucaliptos. Até que diz o meu irmão: «já falta pouco». Pensava eu, olhando para o GPS, que ele estaria a tentar motivar-me por eu estar a carregar uma mochila de 9 quilos às costas, enquanto ele só tinha nas mãos um smartphone e um bastão de caminhada (note-se que a minha mochila perdeu já 3 quilos, desde o primeiro SOTA que fiz). 🙂

A caminhada seguia o seu percurso quando de repente, diz o meu irmão: “É ali!”. Subimos a umas rochas, por sinal muito parecidas às que tinha visto através do GoogleTerra, típicas do Minho, mas o meu GPS dizia que faltavam ainda cerca de 1800 metros em linha recta. Confuso com a discrepância – ter-me-ia enganado ao inserir as coordenadas no GPS? – rodo sobre o meu eixo vertical para apontar os olhos na direcção do azimute indicado pelo GPS e PIMBA! Qual estalo na testa? Estava lá o ponto SOTA, mesmo à minha frente, no monte do outro lado do vale!!! Hahahaha. O meu irmão não sabia onde se meter… eu também não! 😀

Pelas horas, trajecto que ainda faltava percorrer e pensando na volta, desisti do SOTA e fomos seguindo o trilho das caches que o meu irmãozinho tinha planeado e nos levaria de volta ao carro pelo outro lado do monte. Foi uma tarde de geocaching penosa (nove quilos, hã?), mas saudável. 🙂

Chegados ao carro, eu, contente pelo passeio e feliz pelo convívio, sentia um pequeno amargo na boca por não ter conseguido fazer um SOTA num belo fim de semana. Até que num rasgo de lucidez, me recordo que tinha na minha gaveta mental, um SOTA de backup para quando tudo corresse mal na zona: o Monte Sameiro!!! Que quase ficava (e ficou) no caminho de regresso a Viana do Castelo! 😀 Gps, blah blah blah, siga!

A hora não podia ser melhor, os turistas estavam a descer o monte que eu estava a subir (de carro). Para não estragar por completo o espírito SOTA, deixei o carro a cerca de 500 metros do local de onde activei o monte…

Às 18:31 (LT) realizava o primeiro de 23 QSOs nos 40 metros, desde o CT/MN-035 – Monte Sameiro.

73 de CT7AFR, Emmanuel.