
No passado sábado, activei o meu vegésimo sétimo cume; mais uma vez, na companhia do colega Gomes (CT1HIX). Há uns meses, quando pensamos em activar um cume juntos, estavamos a pensar no CT/MN-001 (Alto da Pedrada). Porém, enquanto não metemos os pés a caminho deste cume, activamos outros na mesma região: uma delícia.
Chegou então a vez do tão adiado MN-001. Como sempre, muito trabalho de casa, muitas conversas telefónicas, muitos chats no Fuças ou por e-mail, mas sempre com um olho nas cartas (virtuais) e outro nas previsões meteorológicas. Em relação ao WX, até tefigramas consultamos para estimar se o cume estaria no meio da “sopa” ou não. 🙂
É no capítulo das cartas que a coisa pode também correr mal… Ressalvo já que o “correr mal” é relativo; mau mau seria torcer um pé, partir uma perna ou apanhar uma descarga atmosférica, por exemplos.
Voltando às cartas: CUIDADO com o Google-Terra e os seus perfis verticais, aquilo mente mente mente; aliás, mente mais que um meteorólogo! Passo a explicar. Quando preparo uma ida a um cume, procuro por trilhos eventualmente existentes, no capítulo Tracks do SOTA, no wikiloc, nas cartas topográficas (se tiver) e nas imagens aéreas do Google-Terra. Se não aparece nada, traço uma recta entre os pontos de partida e de chegada e procuro percorrer esta linha contornando buracos e paredes.
Para o passado sábado, o trilho estava traçado: saída da Branda de Gorbelas, subida em direcção ao cume com passagem turística por um fojo (lobos). Encontram-se na Net vários trilhos com o mesmo percurso inicial que o nosso; portanto, não inventamos nada. O que não esperavamos no local, por engano do perfil vertical do GE, é ter de caminhar numa calçada (sim, calçada) em pontas de pés, de tão íngreme que é. Mas quem subiu ao “Concieiro” (i.e., Penameda), já não se assuta com facilidade. Não se assusta, mas passados 10 minutos fica com os “bofes de fora”. Aquilo começa mesmo “a matar”. Convém fazer aquecimento prévio antes de meter calcantes a caminho. Ou então, fazer como nós: devagar…
O segundo inesperado do dia foi provocado por excesso de confiança (entenda-se, falta de experiência minha) nas pilhas recarregáveis NiMH. Após muitos trilhos com pilhas destas no meu GPS, nunca tive problemas até ao passado sábado. Levo duas no GPS (Etrex 30x) e outras 2 ou mais na mochila, carregadas; pensava eu…
Ao quilómetro N, já perto do fim do fojo, a cerca de 500 metros do cume, o GPS dá-me aviso de pilha fraca. Pelo sim pelo não, resolvi substituir. Não precisava do GPS, a visibilidade era óptima, apenas umas núvens brincavam às escondidas com o Sol e o cume estava “já ali”. Coloco as plhas “carregadas” e? Nada! Ora bolas; teria cometido algum erro em casa? Coloco o outro par de pilhas “carregadas” e? Nicles picles!… «Arre! Não preciso do GPS mas quero gravar o trilho». Valeu-me o amigo Gomes que me ofereceu um par de pilhas alcalinas (por escrever isto, lembro-me agora que não reconfigurei o GPS de pilhas recarregáveis para alcalinas). Obrigado Gomes! 😉
O que aprendi com esta estória:
1) As pilhas NiMH (as minhas são de 2450 mAh), apesar de terem apenas meia dúzia de ciclos de carga, descarregam-se em menos de 2 meses após uma carga completa. Ou seja, deve-se carregar as pilhas na véspera para garantir a frescura dos electrões.
2) Ter sempre à mão, um par de pilhas alcalinas. Mesmo que se leve pilhas recarregadas.
No final de contas, tendo chegado ao cume o dia foi positivo: Caminhamos quase 10 km com paisagens deslumbrantes, visitamos um fojo, encontramos duas caches, atravessamos a nascente do rio Vez, vimos um Cervo, muitas perdizes e vacas cachenas. E com isto, somei 7 QSOs difíceis (bad propagation) com um F, um G e 5 EA.
73 de CT7AFR, Emmanuel.