deixo aqui a cópia de um artigo publicado no Jornal Nordeste edição do dia 4 de Maio de 2010, da autoria de Hirondino Isaías
( http://www.jornalnordeste.com/noticia.a ... on=noticia )
“ VOADOURO “
Hirondino Isaías
Se não me sentisse utilizado, enganado e incomodado não abordaria, desta forma, o assunto da “Voadouro”, mas como em Janeiro de 2004 escrevi um artigo de opinião a promover a criação desta Associação, sem fins lucrativos, sinto-me com moralidade para questionar a sua origem, o seu fracasso e a razão pela qual foi “esquecida”, uma vez que, na presente data, o actual Executivo Municipal desempenha o papel que a “Voadouro” deveria estar a desempenhar, contrariamente, ao que fcou acordado entre a Câmara Municipal de Mogadouro (CMM) e o Instituto de Financiamento e Apoio ao Turismo (IFT), conforme a alínea j) da cláusula 6ª do Acordo de Colaboração outorgado em 2004.
Na realidade, o licenciamento da “Voadouro – Centro Internacional de Voo à Vela de Mogadouro”, nos termos e para os efeitos do disposto no Decreto-Lei nº 204/2000 de 1 de Setembro, foi uma das condições impostas pelo IFT para a aprovação da Candidatura ao PIQTUR (Processo nº 050/IFT/03), conforme Ofício Nº 192/2004/DDC de 2004-03-30, onde o IFT informa a CMM de que: “por Despacho do Senhor Secretário de Estado do Turismo de 24/03/04, foi aprovada a concessão de um incentivo total máximo, de natureza não reembolsável, no valor de 382.076,89 €, correspondendo a uma taxa de comparticipação de 75%, a ser atribuído, na sua totalidade, em 2004”.Em rigor, a “Voadouro” foi criada para assumir a gestão e manutenção do Centro Internacional de Voo à Vela de Mogadouro (CIVVM), bem como, para promover, fomentar e facilitar o voo à vela em todas as suas formas; promover a formação de pilotos de planador, estabelecendo uma escola de pilotagem e organizando cursos homologados ofcialmente; patrocinar e promover eventos desportivos de carácter competitivo e de carácter amigável, de âmbito nacional e internacional; incentivar e colaborar com os praticantes na realização das provas (FAI); fomentar as relações técnicas e de amizade com outras associações nacionais ou estrangeiras de especialidade, etc. Além disso, o turismo era outro sector que estava no horizonte da Associação, visto que se pretendia proporcionar aos numerosos amantes, dos desportos aéreos, condições para a prática do seu desporto favorito, levando-os assim a conhecer a região e, consequentemente, a promoverem e a divulgarem o concelho de Mogadouro.
De facto, acompanhei, desde a primeira hora, a criação da “Voadouro”, onde o Sr. Presidente da CMM é sócio fundador nº 1, a candidatura ao PIQTUR junto do IFT e o pedido de utilidade turística para esta Associação. Além disso, aceitei fazer parte dos Órgãos Sociais da Associação, angariei alguns dos seus sócios, colaborei no pedido de apoio à extinta Região de Turismo do Nordeste Transmontano para a compra de um Planador sem motor, no montante de 12.500,00€, desloquei-me por diversas vezes ao Aeródromo Municipal de Torres Vedras por causa desta compra e, também, para arranjar cópias do Regulamento de Funcionamento deste Aeródromo e outra documentação para se poder adaptar ao Aeródromo Municipal de Mogadouro (AMM). Por outro lado, desloquei-me ao Aero Club de Portugal por causa da compra de um outro Planador, de marca GROB-WERKE, a motor, pelo montante de 25.000,00 €, bem como, ao Aeródromo Municipal de Sintra por causa da compra de um reboque para Planador. Em rigor, dediquei-me a este projecto com seriedade e responsabilidade sem que para tal tivesse recebido qualquer contra-partida financeira pelas horas dispensadas ou pelos custos tidos em deslocações e telefones.
No entanto, depois do CIVVM ter sido inaugurado em 30-07-2005 e do Sr. Heitor Calejo ter deixado a Presidência da Associação para ocupar o lugar de assessor de Presidente da CMM, ou seja para ocupar um cargo remunerado em detrimento de uma função não remunerada, certo é que a “Voadouro” acabou por desaparecer de “cena”. Posteriormente, graças à determinação e persistência dos grandes impulsionadores deste projecto, o Senhor Comandante Osório e o Sr. Arq.º Artur Gonçalves, a quem lhes presto a devida homenagem, foi iniciado finalmente o 1º Curso de Voo à Vela em Mogadouro, ou seja 2 anos depois de ter sido feita a inauguração desta infra-estrutura pública, mas agora sob a gestão do actual executivo municipal e não da “Voadouro”.
Por outro lado, lamento que a CMM tenha conseguido, através da “Voadouro”, Fundos Comunitários no montante de 28.377,50 €, ao abrigo do Programa Leader +, para a compra de equipamento administrativo, bem como, tenha ficado com o Planador comprado pela Associação e esteja a utilizar o mesmo logótipo da Associação no CIVVM, sem que para tal tivesse havido, na minha modesta opinião, uma palavra, uma justificação, uma razão, para com fundadores, órgãos sociais e associados da “Voadouro”, assim como, com a população em geral, sobre o que de facto se passou com o desenvolvimento deste processo.
Para terminar, e depois da notícia publicada no Jornal Público sobre a gestão do AMM e do comunicado publicado no Jornal Nordeste a pedido de 21 pilotos de voo à vela, espalhados por todo o País, faço votos para que este executivo não utilize a via judicial, com dinheiro do erário público, para resolver este diferendo, visto que o concelho de Mogadouro, em geral, e os comerciantes locais, em particular, já perderam demais pelo facto destes pilotos, familiares e amigos não terem visitado, promovido e divulgado o Concelho de Mogadouro desde que o AMM foi inaugurado, ou seja desde 2005.
A notícia do jornal Público referido no último artigo está disponível em:
viewtopic.php?f=8&t=231
O comunicado referido no último parágrafo está disponível em:
viewtopic.php?f=8&t=258
Cumprimentos a todos,
LOMBA, Emmanuel.
